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Não foi tempo perdido

 

      "Há tempos nem os anjos tem ao certo a medida da maldade e há tempos são os jovens que adoecem".
     Começando assim um relato sobre uma das maiores bandas de rock brasileira. Tão simples dizer que fazer música é como criar rimas que se igualhem e que tenha um som agradável de se ouvir, mas a legião fez bem mais do que isso, eles criaram quase que uma religião (como na maioria das vezes eram chamados de Religião Urbana que de certo modo Renato não aprovava muito essa expressão). 
       No início da história da banda Legião Urbana, bem no começo, estava o punk. Como nenhum começo é absoluto (o que existia antes do começo?), o punk era um princípio, digamos assim, arbitrário. Outros começos poderiam ser válidos: não seria absurdo citar as "Sun Sessions" de Elvis ou os gritos de "Love Me" dos Beatles como pontos de partida "alternativos". Mas foi o do-it-yourself, que está na base estética/política do punk, que motivou o aparecimento de um "movimento" de rock em Brasília no final dos anos 70, do qual saiu a banda Aborto Elétrico (que seguidamente nasceria a Legião Urbana). 
       Ser punk em Brasília não era exatamente um ato de rebeldia. Impossível ser apenas rebelde quando se conhece, de cor e salteado (como os punks brasileiros conheciam), a história dos Sex Pistols. A rebeldia já tinha sido desmistificada como mais uma estratégia de marketing necessária para o bom funcionamento da Industria Cultural. Malcom McLaren apenas tornou evidentes os mecanismos de produção de ídolos rebeldes. Depois dos Sex Pistols, a rebeldia sem causa não deveria ter nenhum futuro. O que restava era a desilusão, e a possibilidade de tirar proveito de uma sociedade que precisa de ilusão (incluindo ídolos rebeldes) para sobreviver.          

                                                                    Viva a Legião Urbana







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